segunda-feira, 20 de junho de 2011

Afinal também lá andam douradas...

Chega-se perto do fim de semana e começa de novo o rol... Onde vou? Com quem vou? O que levo de isco? Como será que vai estar o tempo?....É assim sempre que há algum tempo para ir à pesca. Inicialmente combino um pesca nocturna de 6ª para Sábado mas que devido a problemas de saúde de um familiar chegado, acabo por cancelar. Com o isco comprado e sem saber o que fazer, começo a ver se faço alguma coisa de Sábado para Domingo. Após tanto tempo sem fazer uma pesca com cabeça, tronco e membros, meti na cabeça que tinha de ir e nem que fosse sozinho pois desta vez o Hugo tava de cama com 40 de febre. Obra do acaso liga-me o Saca, meu amigo de longa data. Caçador convicto e pescador nas horas vagas, queria ir molhar os anzóis..."Epá eu tou a pensar em.." quando sou logo interrompido: "Isso a mim não me interessa, só quero saber a que horas vamos e o que tenho de levar", assim é que se fala. Organizamos tudo e siga para bingo. Partida ao final do dia de Sábado, meter a conversa em dia, e chegamos. Material no costado, o vento ainda sopra bem, preparar as coisas, meter logo qualquer coisita no bucho e anzóis dentro de água. Eu como sempre, ou quase, pesco à bóia mas o Saca prefere a calma de mandar umas pedradas ao fundo. Os resultados iniciais não são muito famosos, mas a terapia lá se vai realizando. Já perto das 23.00 sinto o forte puxão mas nada..."Olá, que será isto?!?!" Isco de novo, lanço +/- para o mesmo local e passados uns 30 segundos, bóia no fundo, ferro, sinto muito peso mas nenhuma força:  "Um big Rascasso de certeza...", penso eu , mas enganei-me, era mesmo uma Garoupa da pedra, e eu a pensar que o único peixe que me faltava apanhar à bóia era um Pargo... Entretanto o Saca agarra numa vara minha e começa também a fazer uns lances à bóia. Não sei se teria sido da companhia o que é certo é que comecei a sentir peixe e num instante saquei 3 bailas. Depois disso sequeiro de novo, mudo de sitio e logo nos primeiros lances sinto um bom peixe que acaba por desferrar, fiquei desconfiado pois aquilo não era trabalhar do peixe que costumo encontrar naquele Spot. Entretanto um homenzito "habituet" do local tira uma bela duma Dourada, percebi logo o que tinha sentido. Começo então a alternar as iscadas de ralo e caranguejo das pedras. Lá iam pingando uns sargotes, uma ou outra safia XL quando sinto de novo "aquele" comer sem levar a bóia ao fundo, deixo-o comer... deixo de sentir e ferro...escusado será dizer o som que se fez ouvir, mas dou uma pista, começa por ZZZZ e acaba em ZZZ e é protagonizado por um instrumento que se chama Carreto. Com calma e jeitinho acaba no meu Saco de pano. Pouco passava da meia noite e já tinha a Faina mais ou menos orientada. Entretanto o peixe pára um pouco, altura para ir meter mais qualquer coisa no estômago. Em conversa digo aos Saca "se já saíram duas, tem de haver mais", este abana cabeça em sinal de concordância, voltamos ao spot, eu começo à procura delas com o meu peão e o Saca vá de mandar pedradas lá para dentro sempre com iscadas de 2 e 3 caranguejos no seu anzolinho 2/0. "Pode ser que passe aí alguma burra" dizia-me ele, e passou mesmo mas não fui na cana dele...foi na minha. Que linda cantoria se ouvia naquela noite espectacular, com muito trabalho, cuidado e jeitinho lá consigo cansar e encostar o peixe, tento tirá-la a peso mas não dava, nem sequer tão pouco para a meter em cima de uma qualquer pedra, peço o Xalavar mas o Saca também tinha ido acudir a sua cana. Novo arranque e o rapaz que tava a pescar ao meu lado lá me traz o bendito utensílio, como o local onde se pode ir "resgatar" o peixe é um pouco complicado, encosto de novo peixe e peço-lhe para me segurar na cana, assim que salto para o sítio digo "Epá não a deixes ir praí, não a deixes ir...." nem foi preciso acabar a frase. O rapazito até ficou encolhido, como que pedindo desculpa mas disse-lhe logo "Se foi embora era porque não tinha de ficar em seco". "Estas são daquelas situações que só vais aprendendo a perder peixe". Senti que este companheiro de ocasião se sentia culpado então fui conversando com ele, este só me dizia "Nunca provei o sabor de apanhar uma dourada à bóia, deve dar um bela luta..." Ao que eu sempre lhe fui respondendo: " Vais ver que hoje é o último dia que dizes isso". Entretanto tinha dado literalmente com elas, mais longe ou mais perto, mais cinco minutos menos cinco minutos lá tinha outra engatada. Não eram douradas daquelas como a que se tinha ido embora, mas eram uns peixes a rondar o kilo de peso (mais coisa menos coisa) com a excepção de uma mais pequena. Já no final da pesca ainda tiro um bom sargo, quase da mesma bitola das 7 douradas até ai capturadas, foi mesmo para compor o ramalhete. Entretanto o tal rapazito que pescava a meu lado e que nunca tinha apanhado uma dourada à bóia, com alguma paciência e com alguns conselhos que lhe ia dando passados à prática, acabou mesmo por tirar a ultima dourada da noite...Penso para mim "que bom é ver a felicidade estampada nos olhos dos outros". A noite já ia longa, a claridade começa a invadir o espaço e deixa-se de sentir toques, começamos arrumar as coisas a pouco e pouco enquanto vamos comendo qualquer coisa, o Saca entretanto olha para dentro de água, que era mais limpa que as águas engarrafadas, e diz: "Epá olha lá aqui um choco....olha lá bem, afinal não é um, são cinco!!!" Começamos então a pensar como os vamos "enganar"...a melhor maneira era mesmo, meter o Xalavar atrás deles a afugentá-los. Resumindo, aqueles chocos grelhados estavam mesmo, mas mesmo, bons!! Aqui fica a foto de algum do peixe que ainda trouxe para casa (o restante foi oferecido).


Abraço e vão aparecendo, que não tarda nada está aí outro "Dia de Faina"...

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