quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Um fim de semana completo

Após muito esperar para juntar uns trocos, lá comprei a tão ansiada caninha que tanto desejei, uma Tica Taurus 6m para a pesca à bóia. Assim, e de modo a poder testá-la, nada melhor que um fim-de-semana com 3 dias (5-7 Out). Deste modo alinhavei logo as coisas de forma a puder fazer duas fainas, uma nocturna num sítio e outra matinal noutro.
Chegado o final do dia de 6ª feira, e após tudo arrumado, arranco em direcção à loja do meu amigo Salvador para ir buscar uns ralos que tinha encomendado. Chego lá e encontro outro conhecido que iria também "experimentar" naquela noite, mas para outro local. Pagamos os "escaravelhos" (nome carinhoso atribuido pelo meu amigo André) e bebemos um café de circunstância. Nisto o sol já se começa a pôr, e está na hora de arrancar para o pesqueiro. Dirijo-me a Nascente, para um pesqueiro onde tencionava fazer apenas as últimas horas de enchente, pois pese embora o apetite de ficar até mais tarde fosse grande, o peixe em tal local tem o condão de desaparecer mal bate a preia-mar, porquê não sei, mas é uma realidade. Chegado ao pesqueiro, ralo dentro de água, e passados poucos segundos ZÁSSSS! Logo ao primeiro lançamento um belo Sargo, penso para mim: "Elá! Eles estão cá. Se isto continuar assim…" Ralo após ralo lá vão saindo uns peixes, uns maiores, outros mais pequenos que prontamente tudo faço para os devolver em perfeitas condições. Chego mesmo a devolver um sargo-veado com umas 300gr, um peixe lindíssimo mas que prefiro capturá-lo quando tiver 2 ou 3 kg. Já perto da hora da abalada ferro um belíssimo sargo, que deveria rondar 1kg. Após algum tempo de trabalho lá começa a fraquejar, e aí dou comigo a pensar: "Bom agora é só mete-lo cá em cima." Puro erro, pois tal "tábua" mal sentiu o cheiro do ar, arranca desmesuradamente e mete-se debaixo da primeira pedra que encontrou no caminho. Resultado, lá ficou com um piercing após me cortar o fio. Mesmo assim, volto para casa contente, não pelo peixe apanhado, mas sim porque sinto cada vez mais que fiz uma boa compra. A minha nova Taurus é mesmo o que queria, ferra muito bem o peixe e é uma cana que me deixa à vontade, tanto para peixes maiores como para fazer qualquer tipo de pesca (à bóia claro). Aqui fica o resultado de 3 horitas de enchente.
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Chego a casa e toca a carregar baterias, pois dali a poucas horas arrancaria de novo para mais uma jornada. São agora 5:45Am, saio de casa ainda meio ensonado, faço uma paragem estratégica numa padaria local para o cafezito e para comer um bolinho acabado de fazer. Hoje o destino será a Praia da Ingrina, local porreiro e com umas vistas lindas. Abalo um pouco às escuras, proque a previsão do tempo dava uma metro de ondulação mas as águas têm sido muito lusas para pescar de dia. Chegado ao local, o sol ainda não dá um ar de sua graça, mesmo como eu gosto. Dá tempo para preparar tudo com calma, fazer um baldinho de engodo e ainda meter mais qualquer coisa no bucho, pois daqui até à hora de almoço pouco tempo haverá para comer. Após a primeira claridade aparecer dirijo-me para o pesqueiro, ao assentar arraias fico logo furibundo, tal a miséria que alguns PORCOS deixam os pesqueiros. É lamentável o que vejo, gente assim não merece nem o ar que respira.
Tento abstrair-me pois estas coisas deixam-me mesmo danado. Primeiras iscadas na água e nada, um toque ou outro, mas nada de especial. Reparo que afinal há mesmo uma vaguinha, mas para mal dos meus pecados as águas são bastante abertas. Mas a minha teoria/pratica diz-me que com o subir da maré a vaga ganhará mais força e irá fazer boas brancas (zonas de espuma) em determinados cantos. Assim foi, enquanto a maré não engrossava, lá foram saindo uma safias e uns sargotes, muitos deles devolvidos. De forma a poupar os ralos para a melhor hora, dediquei-me então um pouco às tainhas grandes que se encontravam no pesqueiros, pois andavam alucinadas com o cheiro da sardinha. Isco apenas com a tripa da sardinha, pois estas meninas são mais finas e desconfiadas que sei lá o quê. Tiro uma tainha pequena, prontamente devolvida e duas cavalas. As grandes estão mesmo dificeis devido às águas lusas. Até que chega uma certa altura que digo para mim, ou é agora ou não é, pois tal como esperado já começa a haver sítios onde o mar bate e faz umas boas brancas. E não é que consigo mesmo ferrar uma! Após uma boa luta, chega a hora de ver o que vale a Taurus na elevação de peso. É peixe para ter kilo e meio, mas tem de vir para cima. Após subir uns 3 ou 4 metros a sacana lá desferra, manda um mergulho "encarapado" que faz tanto barulho que se deve ter ouvido em Marrocos. Não faz mal, até porque o principal intuito era testar a cana e isso foi conseguido. Passou mais este teste.
É chegada a hora de explorar outros cantos em busca dos sargos. Assim o faço, com o balde de engodo sempre atrás, lá começo a tirar os primeiros sargotes e a faina anima-se. Depressa chega o meio-dia, o peixe começa a deixar de colaborar, e começa a chegar a hora de arrumar. Mais 2 ou 3 peixes (que devolvi) e tá mesmo na hora, os poucos peixes maiores que se encontravam aqui já abalaram e não vale apena continuar até porque os ralos já tinham acabado. Volto com a certeza que se as águas fossem um pouco mais tapadas, o resultado teria sido melhor, mas já não foi mau. Após mais estas duas fainas, a Taurus começa a ser uma certeza, espero não me vir a arrepender mais tarde, mas parece-me que tenho aqui uma fiel amiga para as minhas fainas. Aqui fica o resultado da faina, pedindo desde já desculpa de não ter tirado as foto no pesqueiro, mas a máquina tinha ficado sem pilhas na noite anterior.
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